segunda-feira, agosto 06, 2012


Vania Ishii — Judoca
Vania Ishii é descendente de japoneses e luta judô desde pequena! Saiba mais sobre otrabalho dessa judoca campeã.
Como você conheceu o judô?
Eu praticamente nasci no berço do judô. Meu pai, Chiaki Ishii, era atleta e professor na época em que eu nasci, então, eu freqüentava a academia e as aulas dele desde bebê.
O que mais a atrai nesse esporte?
O que mais me atrai no judô tecnicamente são os golpes, o tempo que alcanço para poder derrubar o oponente. Mas o que mais me atrai é a filosofia do judô: o respeito ao próximo, adisciplina, o cair e levantar, a humildade e a busca da perfeição. São algumas das tantas coisas que o judô me ensina e que levo para minha vida cotidiana.
Por ser menina, quando criança, você foi alvo de muitas provocações por parte dos meninos que também lutavam judô?
Não, eu não era provocada pelos meninos por lutar judô, pois eu era um pouco moleca também e adorava brincar com eles. Tive problema de brincar de judô na escola e acabar derrubando o menino sem querer... A diretora sempre chamava a minha mãe para conversar, mas, por favor, não imitem isso! Judô só no tatame e no “dojô” (em japonês, é o local de prática de judô)!
Por que você decidiu fazer do judô uma profissão?
Foi uma coisa natural que nasceu de um sonho de ganhar uma medalha olímpica, como o meu pai. Claro que para isso treinei muito e me dediquei totalmente aos treinos. Conseqüentemente, os bons resultados apareceram e bons clubes me convidaram para lutar. Também apareceram patrocínios, mas não é tudo um mar de rosas... É muito difícil conseguir patrocínios e clubes, mas é muito gratificante no sentido de realização pessoal.
Como é o seu dia-a-dia como judoca?
Acordo às 8 h 30, tomo meu café, vou ao meu treino físico de musculação ou corrida, almoço, descanso às vezes, à tarde faço treino técnico (treino golpes repetidamente) e à noite faço o treino técnico de lutas. Como já sou formada, não estou estudando e consigo me dedicar 100% ao judô. Mas, estudem, pois vida de atleta é curta e ser graduado ajuda muito profissionalmente. O mundo atual exige graduação escolar.
O que é preciso para ser uma lutadora de judô profissional?
É preciso muita dedicação, disciplina e principalmente acreditar em si mesmo. Quando digo disciplina significa ter uma vida regrada, pois nosso corpo é sensível e no alto nível estão os detalhes que fazem a diferença. Por isso, é importante treinar bastante, alimentar-se bem e com qualidade (comer verduras, carne, arroz, feijão) e descansar bem para poder agüentar os treinos de muita intensidade.
Você teve muitas dificuldades no início de sua carreira? Quais?
Sim, tive muitas dificuldades, como falta de patrocínio, pois na época do início de minha carreira tínhamos que pagar as viagens para competição e meus pais não tinham condições. Houve campeonatos dos quais não pude participar devido a isso (e às lesões).
Em média, quanto tempo dura a carreira de judoca? O que fazer depois dela?
A carreira do atleta é ele mesmo que decide quando parar, não há nenhuma regra que diga que ele tenha que parar. A carreira pós-atleta é muito delicada, pois parar de competir é uma decisão difícil. Podemos ensinar, ser professores de judô, técnicos ou trabalhar na área de jornalismo esportivo ou de assessoria de atletas... São tantas coisas que podemos fazer... Mas o mais importante é estudar, graduar-se em curso superior, pois quanto mais conhecimento você tiver, mais oportunidades aparecerão.
Quais são as regras básicas do judô? Como um lutador ganha pontos durante a competição?
A regra básica é derrubar o oponente com as técnicas de pé ou chão. Cada queda tem os pontos que os árbitros dão durante os cinco minutos de luta. Caso a luta acabe empatada, há mais cinco minutos prorrogados, ganha quem pontuar primeiro. A luta acaba com a pontuação máxima, que se chama ippon, mas tem o wazari, que é uma queda menos perfeita que o ippon. Dois pontos de wazari somam-se a ippon; há também o yukô, que é uma queda de lado ou menos perfeita que o wazari e, depois, o koka, que é pontuado quando caímos sentados ou a queda não teve impacto como o yuko. Esses dois últimos golpes não são cumulativos. E, para finalizar, temos as faltas, que são dadas por ausência de combatividade, quando se pisa para fora da área de luta (aquele quadrado amarelo), por alguma infração e também por ter imobilizando o oponente.
Você não acha que o judô é um esporte muito “pesado”? Você se machuca muito?
Não acho pesado, pois para praticarmos, no início, aprendemos a cair e a aplicar os golpes. Os treinos deixam o corpo forte e firme para agüentar a queda. As lesões são conseqüência do treino, infelizmente acontecem, mas não é sempre!

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